Entre os dias 16 e 18 de maio, o Instituto Capibaribe realizou mais uma edição da tradicional Aula de Campo - Viagem Pedagógica, em um percurso que, neste ano, levou nossos estudantes e educadores a subir o Planalto da Borborema, chegando ao Agreste e tangenciando o Sertão pernambucano.
Com um roteiro cuidadosamente planejado, a cidade de Pesqueira, o Sítio Arqueológico Alcobaça, o Vale do Catimbau e o Território Indígena Xukuru transformaram-se em salas de aula vivas, oferecendo aos 142 estudantes do Fundamental 2, acompanhados por 14 profissionais da educação, uma oportunidade única de vivenciar, na prática, conhecimentos construídos ao longo do ano letivo.
A partida, ainda na madrugada chuvosa da sexta-feira, foi marcada pelo entusiasmo e pela expectativa de todos. Logo após o acolhimento na escola e a organização dos grupos, iniciou-se a subida da Serra rumo às paisagens singulares do Agreste. O primeiro dia foi repleto de caminhadas intensas, encontros com a vegetação da caatinga e a grandiosidade da Pedra da Alcobaça, onde os estudantes puderam revisitar, literalmente, milhares de anos da nossa história. O dia terminou com um momento cultural especial: a apresentação do multiartista Zé Bezerra, que encantou a todos com sua arte, música e dança sob um céu estrelado e inspirador.
No segundo dia, as paisagens do semi-árido e as formações rochosas do Vale do Catimbau acolheram nossa expedição, provocando reflexões profundas sobre a resistência da vida neste ecossistema único e sobre a força das populações que ali habitam e resistem há milênios. A beleza natural do local, mais do que um espetáculo visual, tornou-se um convite à conscientização sobre a importância da preservação ambiental e cultural.
Em seguida, um dos momentos mais significativos da viagem: a visita ao Povo Xukuru, durante a abertura oficial da 25ª Assembleia Nacional Xukuru e a celebração do Toré — um ritual de agradecimento e fortalecimento na luta pela defesa do território ancestral. Estar presente neste evento singular, ao lado de representantes indígenas de diversos povos, entre eles a Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o Cacique Marcos e o Pajé Zequinha, foi uma experiência marcante e transformadora, que sensibilizou profundamente nossos estudantes e equipe.
Encerramos a viagem no domingo com uma manhã de partilha: registros nos cadernos de campo, apresentações dos painéis produzidos pelos grupos e um tempo dedicado ao lazer, à convivência e ao fortalecimento dos laços afetivos. Antes de retornar ao Recife, visitamos a Casa das Sementes, onde uma equipe de estudantes e profissionais entregou, ao Professor Iran, do Povo Xukuru, os painéis confeccionados nas atividades do Abril Indígena — mais um momento de troca e de reconhecimento pela sabedoria compartilhada.
A Viagem Pedagógica 2025 reforçou, mais uma vez, o compromisso do Instituto Capibaribe com uma educação que ultrapassa os limites da sala de aula tradicional, promovendo vivências significativas, encontros culturais potentes e aprendizagens que acompanham nossos estudantes para toda a vida. Mais do que um roteiro, esta foi uma jornada de descobertas, afetos e ampliação de perspectivas, em um cenário que celebra a riqueza natural e cultural do nosso estado.
Seguimos, assim, celebrando os 70 anos do Instituto Capibaribe e os 20 anos do nosso Projeto de Viagem Pedagógica, convictos de que experiências como esta são fundamentais para a formação de sujeitos críticos, sensíveis e atuantes no mundo.
